Carlota Pérez, uma economista venezuelana, foi entrevistada pelo jornal "i", do qual salientamos alguns apontamentos interessantes.
É também preciso que o sistema financeiro se volte para a economia real, apoiando a criação de riqueza na produção. Para isso é preciso mudar os incentivos e até a fiscalidade. Os prémios e incentivos ainda passam pela tomada de risco. Esse foi o caminho do colapso. Criar emprego, investir em formação, exige esforço e não faz milionários em pouco tempo.Tem que se forçar a mudança. Se criar um imposto alto para quem vende uma casa, acções ou instrumentos financeiros logo depois de os comprar, e impostos decrescentes para quem só vende passados cinco anos, então há um desincentivo ao curto-prazo. Igual se der um benefício fiscal ao investimento criador de emprego. Estes impostos mudam o perfil do mercado.O investimento é bom, mas não pode ser feito à custa de desemprego na Europa. A solução passa pela especialização regional.O capital tem agora que voltar a apoiar a produção.As tecnologias estão aí e depende das sociedades até onde chegarão e como serão usadas, havendo sempre o risco de não aproveitarmos todo o seu potencial porque muitos mecanismos do capitalismo são motivados por ambição pessoal.É preciso pensar a longo-prazo em projectos, infra-estruturas, mudanças relacionadas com ambiente e sociedade, e que não serão feitas pelas finanças onde tudo é lucro fácil.
Porque razão um silvicultor vai plantar pinheiros, se pode plantar eucaliptos.
Alguém está a vêr um capitalista a se preocupar com o longo prazo?
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