
O maior poeta português vivo apresenta hoje o seu mais recente livro, "A Faca não Corta o Fogo -- súmula & inédita", com a chancela da Assírio & Alvim, no qual reúne uma parte de reescrita da sua obra anterior e alguns inéditos.
Este incaracterístico madeirense, que vive em Lisboa, exilado na reclusão, venceu e recusou o Prémio Pessoa em 1994 e deu a última entrevista em 1968.
"Herberto Helder (1930) iniciou a sua carreira literária de forma fulgurante com Os Passos em Volta (1963), um relato de um tempo no inferno ou um conjunto de textos humorísticos que oscilam entre a prosa poética e o conto. Parecia, então, poder tornar-se um Queneau português, patafísico absurdo e provocador. Mas a sua inspiração e técnica foram ganhando outros contornos, tendo elaborado uma obra poética em verso que impressiona pela sua extensão, coerência e originalidade. É considerado pelos seus fiéis seguidores como o maior poeta português, a seguir a Pessoa. Mas há leitores e críticos que têm dificuldade em entrar neste universo estranho, violento e abrupto, onde as imagens são mais do que metáforas, fantasias, sem nunca se sacrificar a melodia das palavras a que nos habituou. É importante perceber que esta poesia metapoética – que não fala senão dela própria – é, por assim dizer, a grande obra, pela qual se transforma a matéria abjecta dos dias, a que André Breton chamaria o ouro do tempo. A ambição de Helder é a maior de todas: é a de Hölderlin, Rimbaud, Mallarmé."*
"Herberto Helder (1930) iniciou a sua carreira literária de forma fulgurante com Os Passos em Volta (1963), um relato de um tempo no inferno ou um conjunto de textos humorísticos que oscilam entre a prosa poética e o conto. Parecia, então, poder tornar-se um Queneau português, patafísico absurdo e provocador. Mas a sua inspiração e técnica foram ganhando outros contornos, tendo elaborado uma obra poética em verso que impressiona pela sua extensão, coerência e originalidade. É considerado pelos seus fiéis seguidores como o maior poeta português, a seguir a Pessoa. Mas há leitores e críticos que têm dificuldade em entrar neste universo estranho, violento e abrupto, onde as imagens são mais do que metáforas, fantasias, sem nunca se sacrificar a melodia das palavras a que nos habituou. É importante perceber que esta poesia metapoética – que não fala senão dela própria – é, por assim dizer, a grande obra, pela qual se transforma a matéria abjecta dos dias, a que André Breton chamaria o ouro do tempo. A ambição de Helder é a maior de todas: é a de Hölderlin, Rimbaud, Mallarmé."*
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