terça-feira, 5 de agosto de 2008

Lucros vergonhosos na EDP

Mais um importante e eesclarecedor artigo de Eugénio Rosa, que revela os escandalosos lucros da EDP, que atingem €962,4 milhões só no 1º semestre de 2008 com preços de electricidade que chegam a ser superiores em 22% aos da UE15.
Este artigo vem reforçar a minha certeza na necessidade de re-nacionalizar esta importante e estratégica estrutura, que nunca deveria ter sido vendida pelos governos de Cavaco e seguintes.

A EDP acabou de divulgar as contas referentes ao 1º semestre de 2008. E elas revelam que os lucros do grupo da EDP, só no 1º semestre de 2008, atingiram 962,4 milhões de euros, ou seja, mais 44% do que em igual período de 2007, que tinham sido de 668,2 milhões de euros. É esclarecedor que, embora os lucros antes de impostos tenham aumentado em 44%, os impostos a pagar pela empresa sobre aqueles lucros subiram apenas 4%, pois passaram de 176,7 milhões de euros para 184,1 milhões de euros, de acordo com as próprias contas da EDP. Como consequência, os lucros líquidos da EDP depois de deduzir os impostos aumentaram 56,6% no 1º semestre de 2008 relativamente ao 1º semestre de 2007, pois passaram de 491,5 milhões de euros para 703 milhões de euros, mas os lucros a distribuir aos accionista cresceram 66,6%. É um verdadeiro festim à custa dos consumidores.

Estes lucros impressionantes foram conseguidos também à custa de preços elevados pagos por mais de 4 milhões de consumidores domésticos, ou seja, por milhões de famílias portuguesas que vivem com dificuldades crescentes. Assim, de acordo com dados da Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, o preço pago por um kWh por um consumidor domestico é 191% superior ao preço pago por um consumidor de "muita alta tensão"; 174,2% superior ao preço pago por um consumidor de "alta tensão"; 116,8% superior ao preço pago por um de média tensão "diagrama rectangular"; e 69,8% superior ao preço pago por um consumidor de média tensão "médio industrial"; e 43,1% superior ao preço pago por um consumidor de baixa tensão "pequeno industrial".
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1 comentário:

amsf disse...

Eventualmente podemos estar a pagar os preços mais elevados da Europa no entanto não estamos pagar o que devia-mos pois a ERSE está a acumular dívidas que terão que ser pagas, mais tarde ou mais cedo, pelo consumidor final. Só para dar um exemplo: os preços das energias renováveis são pagos ao produtor a um preço seis vezes superior aquele que o consumidor final paga, sem falar no subsídio aos consumos das regiões autónomas!