sexta-feira, 13 de junho de 2008

RTP segue 'Na rota de Che'

Estação pública estreia documentário no dia em que Che faria 80 anos
Mais de 30 horas de filme condensadas em 50 minutos. Esta foi a última proeza, talvez a mais dura, que o casal luso-brasileiro Nuno e Tatiana Leotte teve de enfrentar depois de percorridos os mais de 22 mil quilómetros de terra, asfalto, floresta, montanha, neve e lagos salgados que compõem o percurso de Che Guevara. "Foi uma frustração", ironiza, ao DN, Tatiana Leotte, mesmo assim muito feliz com o resultado final: o documentário Na Rota do Che, que a RTP1 estreia hoje, dia em que Che Guevara completaria 80 anos se fosse vivo, às 23.00.
Numa produção da Valentim de Carvalho Filmes , o trabalho resulta das imagens recolhidas durante a mítica rota de Ernesto "Che" Guevara, imortalizada no filme de Walter Salles Diários de Motocicleta, vivida pelo casal luso-brasileiro em 2007. "Vimos o filme em 2006, ficámos fascinados e, como somos apaixonados por motos, decidimos ir", conta Tatiana Leotte. "O meu marido despediu-se do Hotel Farol Design, em Cascais, e eu [professora de ginástica] mantive o meu emprego, porque alguém tinha de pagar as contas, enquanto ele angariava apoios, patrocínios...", lembra, animada.
Viajaram da Patagónia ao Peru, transpondo os frios Andes ou o inóspito deserto de Atacama - o mais árido do planeta -, no Chile. Percorreram de moto o maior deserto de sal do mundo, na Bolívia, acompanharam a vida dos mineiros de Potosí, navegaram no lago Titicaca e, finalmente, atingiram as ruínas do mítico Machu Picchu.
Além desta beleza indescritível, o documentário relata as dificuldades que Nuno e Tatiana encontraram durante tantos meses em cima de uma moto. As variações de temperaturas e altitude, sobretudo na conhecida Rota 40, em terra batida, foram os seus maiores inimigos por causa do mal-estar, dos vómitos e dores de cabeça. Obstáculos que foram menorizados com o apoio das populações locais, que, por exemplo, na Amazónia marcaram Tatiana pela simplicidade e falta de sensibilidade e cuidado face ao bem que ali estava.
Paula Brito | Diário de Notícias

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